Nos últimos dias, Iguatu tem retornado à pauta sobre a instalação de um porto seco na cidade. Ventilado há pelo menos 10 anos, o projeto ganhou as manchetes da mídia local mais uma vez com a recente visita do presidente Lula às obras da Transnordestina em Suassurana e as declarações de diretores da Transnordestina Logística que administra a ferrovia.
Na semana passada, as Faculdades Integradas do Ceará (UNIFIC) promoveram uma audiência pública que reuniu as principais lideranças políticas e empresariais da região centro-sul no auditório da instituição. A pauta do encontro buscou entender em que pé está o projeto, o que a cidade precisa fazer para garanti-lo e o impacto econômico e social na região. Na oportunidade, os diretores da Transnordestina Logística e Value Global Group explanaram sobre a situação atual do projeto e possíveis avanços.
De acordo com executivos, Iguatu, apesar de ser estratégico, ainda não havia demonstrado interesse em sediar o empreendimento. Segundo Ricardo Azevedo, CEO da empresa de terminais Value Global Group, a cidade precisa disponibilizar uma área de 150 hectares para a construção do terminal. Azevedo confirmou que a empresa tem parceiros comerciais para operar, contudo, necessita da contrapartida da prefeitura municipal em doar a área.
Porém, antes de adentrarmos nos próximos capítulos da novela do porto seco em Iguatu, é indispensável explicar o que é um porto seco, para que serve e qual o impacto de um terminal de cargas para a região.
O que é um porto seco?
Um porto seco é uma infraestrutura logística crucial para facilitar o comércio nacional e internacional de transporte de mercadorias. Ele funciona como um terminal intermodal, onde as mercadorias podem ser recebidas, armazenadas, consolidadas e despachadas para destinos finais por diferentes modos de transporte, como caminhão, trem ou navio.
Basicamente, um porto seco é uma extensão de um porto marítimo ou aeroporto, localizado em uma área terrestre. Sua principal função é agilizar os processos de importação e exportação, oferecendo facilidades alfandegárias, armazenamento temporário de cargas e serviços de valor agregado, como etiquetagem, embalagem e inspeção de mercadorias.
Para que serve?
Um porto seco conectado a uma ferrovia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico e na promoção do comércio internacional para a região em que está localizado.
A presença de um porto seco pode atrair investimentos e atividades econômicas para a região. Empresas que buscam eficiência logística e acesso a mercados globais podem se instalar na área, criando empregos e impulsionando o crescimento econômico local.Além disso, possibilita a integração eficiente das cadeias de suprimentos locais com as cadeias globais. Isso significa que as empresas da região podem se beneficiar de uma rede logística mais ampla, acessando fornecedores, clientes e parceiros comerciais em todo o mundo, tornando-as mais competitivas.
Porto seco em Iguatu: qual o impacto de um terminal de cargas para a região?
A construção de um terminal de cargas em Iguatu terá um impacto substancial na região, afetando diversos aspectos da economia, sociedade e meio ambiente. Em termos econômicos, a presença de um terminal de cargas estimula o desenvolvimento regional ao atrair investimentos, criar empregos diretos e indiretos e gerar atividades comerciais relacionadas. A necessidade de mão de obra qualificada e não qualificada para operar o terminal e fornecer serviços de apoio pode resultar na criação de oportunidades de emprego para os residentes locais, ajudando a reduzir o desemprego e melhorar o padrão de vida da população de toda a região.
Além disso, a introdução de um terminal de cargas pode trazer benefícios sociais significativos para a região de Iguatu, como o aumento do acesso a bens e serviços para a população local, o desenvolvimento de habilidades profissionais por meio de treinamento e capacitação oferecidos pelo terminal, e o fortalecimento das relações comerciais e culturais com outras regiões e países.
Portanto, é imprescindível que toda a sociedade da região centro-sul abrace o projeto e trabalhe em conjunto para que esse importante equipamento seja concretizado na cidade e Iguatu retorne à rota do desenvolvimento como há 30 anos atrás.
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