Na noite deste sábado (26), o Açude Orós, oficialmente conhecido como Reservatório Juscelino Kubitschek, voltou a sangrar após 14 anos, marcando um momento histórico para o semiárido cearense. O evento foi celebrado por moradores que aguardavam ansiosamente.
Segundo maior açude do estado, atrás apenas do Castanhão, em Jaguaribara, o Orós possui capacidade para armazenar 1,9 bilhão de metros cúbicos de água, sendo crucial para o abastecimento do Centro-Sul do Ceará. Suas águas garantem a perenidade do Rio Jaguaribe e abastecem cidades e distritos do Alto Jaguaribe, sustentando agricultura, pecuária e o consumo humano.
O fenômeno ganhou um tom ainda mais simbólico ao ocorrer poucas horas antes de completar 14 anos desde a última sangria, registrada em 27 de abril de 2011. Naquela ocasião, o “Grande Guerreiro”, como é carinhosamente chamado pelos locadores locais, manteve-se transbordando por dois meses, com uma lâmina d’água de 1,05 metro de altura.
Nas redes sociais e nas ruas de Orós, a notícia da sangria foi recebida com euforia. Seu Antônio Oliveira, 76 anos, pescador da região, não escondeu a emoção:
“Ver o Orós sangrando de novo depois de 14 anos é uma alegria imensa. Esse açude é vida para a gente, ajuda no sustento das famílias, na pesca, na plantação. É uma bênção!”, disse.
Além da importância hídrica, o Açude Orós é um motor econômico para a região. Com o aumento do volume de água, pescadores comemoram a retomada da atividade, enquanto comerciantes locais registram um afluxo recorde de turistas.
O deputado estadual Simão Pedro, ex-prefeito de Orós, destacou que no último domingo (20), véspera do feriado de Tiradentes, a cidade registrou o maior movimento turístico dos últimos anos. Bares e restaurantes do Complexo Turístico do Açude Orós estão lotados, com visitantes de várias partes do estado aproveitando para presenciar o espetáculo das águas.