Nesta quarta-feira, 7, o Vaticano inicia o Conclave, o ritual sagrado e secreto que decidirá quem será o próximo líder da Igreja Católica. Os 120 cardeais eleitores — todos com menos de 80 anos — estão reunidos na Capela Sistina, isolados do mundo exterior, sem acesso a telefones ou internet, até que um nome seja escolhido.
O processo segue regras rígidas, estabelecidas pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, e pode durar de alguns dias a semanas, dependendo do consenso entre os votantes.
A cada dia, são realizadas até quatro votações — duas pela manhã e duas à tarde. Os cardeais escrevem seu voto em um papel, que é queimado após a contagem. Se nenhum candidato alcançar os dois terços necessários, uma fumaça preta sai da chaminé da Capela Sistina. Caso um novo Papa seja eleito, a fumaça branca anuncia ao mundo o “Habemus Papam”.
O eleito, então, é questionado se aceita o cargo e, confirmando, escolhe seu nome pontifício antes de ser apresentado aos fiéis na sacada da Basílica de São Pedro.
Conclave 2025
O Conclave que se inicia hoje no Vaticano traz à tona vários nomes fortes para suceder o Papa Francisco, cada um com seu perfil distinto. Entre os principais candidatos, destaca-se o cardeal italiano Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano. Com vasta experiência na Cúria Romana e reconhecidas habilidades diplomáticas, Parolin representa a opção mais segura para manter a continuidade do atual pontificado. Seu profundo conhecimento da máquina vaticana e seu estilo conciliador fazem dele um forte candidato.
Do continente africano, surge com força o cardeal ganense Peter Turkson, um dos nomes mais mencionados nos últimos anos. Turkson se destaca por sua defesa intransigente da justiça social e por representar o crescente catolicismo no Hemisfério Sul. Se eleito, seria o primeiro papa africano dos tempos modernos, um sinal claro da internacionalização da Igreja. No entanto, suas posições mais progressistas podem encontrar resistência entre os cardeais mais conservadores.
Outro nome de destaque é o do filipino Luis Antonio Tagle, ex-arcebispo de Manila e atual prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos. Tagle possui um carisma singular e grande capacidade de comunicação, características que o tornam extremamente popular entre os fiéis, especialmente na Ásia. Sua teologia alinhada com o pensamento do Papa Francisco, porém, pode ser vista como demasiado progressista por alguns setores do Colégio Cardinalício.
Entre os europeus, o cardeal austríaco Christoph Schönborn se apresenta como uma opção equilibrada. Teólogo respeitado e arcebispo de Viena, Schönborn consegue conciliar tradição e abertura a reformas. Seu perfil moderado poderia fazê-lo emergir como um candidato de consenso caso haja impasse entre as outras facções. Já o canadense Marc Ouellet, apesar de sua vasta experiência como ex-prefeito da Congregação para os Bispos, vê suas chances diminuídas pela idade avançada – 79 anos.
A escolha final dependerá do equilíbrio que os cardeais eleitores buscarem estabelecer. Se a prioridade for manter a estabilidade e continuidade, Parolin surge como favorito. Caso desejem dar um sinal de internacionalização da Igreja, Turkson ou Tagle podem ser as opções. Se buscarem um perfil conciliador, Schönborn pode emergir como alternativa. O mundo aguarda com expectativa a fumaça branca que anunciará esta importante decisão para o futuro do catolicismo.
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