Quando pensamos em trocar um aplicativo de mensagens, raramente é por um único motivo técnico: a escolha envolve hábitos, contatos, urgência de privacidade e até se o aplicativo é gratuito ou não.

Por isso, é importante entender o que se procura: sincronização fácil entre aparelhos? criptografia automática? controle do servidor? ou recursos para criar comunidades e canais abertos?

Cada alternativa ao WhatsApp resolve uma dessas frentes, mas nenhuma resolve todas ao mesmo tempo, e é exatamente por isso que traremos alternativas para cada uso específico, que pode vir a calhar para suas necessidades.

Abaixo, confira cinco alternativas relevantes hoje, a qual separamos em prós, contras e quando usá-las:

Signal: privacidade como princípio básico

Se a prioridade é privacidade sem perguntas, o Signal faz o trabalho de forma limpa: criptografia de ponta a ponta por padrão e um histórico de práticas que reduzem a coleta de dados ao mínimo.

Por ser um projeto open-source mantido pela Signal Foundation, o aplicativo é focado em privacidade, E2EE por padrão em mensagens e chamadas.

É por isso que órgãos de imprensa e especialistas em segurança citam o Signal como referência quando a confidencialidade é não negociável; justamente por isso, governos e profissionais de segurança também o adotaram em contextos sensíveis.

Mas nem tudo são flores. Ainda assim, por mais seguro que seja, o Signal tem menos recursos públicos tipo canais e bots, então muitas comunidades preferem usá-lo em paralelo com outras plataformas.

Pontos fortes:

• Foco em segurança: criptografia de ponta a ponta por padrão;
• Respeito a privacidade: coleta mínima de dados
• Privacidade garantida: É indicado para quem quer “privacidade por padrão”.

Limitações:

• Menos recursos de “bolso”: canais públicos e bots são limitados em comparação ao Telegram;
• Recursos pagos: Recentemente a Signal também começou a testar recursos pagos de backup seguro para suportar custos operacionais.

Telegram: amplitude de recursos, privacidade e sincronização em nuvem

E claro que não poderíamos deixar de fora dessa lista o mensageiro com forte foco em velocidade, recursos diversos e sincronização multiplataforma: Telegram, uma das melhores alternativas ao WhatsApp.

O Telegram oferece uma proposta muito diferente: sua vantagem é que a sincronia ocorre na nuvem, ou seja, as conversas são acessíveis em vários dispositivos, de forma simples e prática.

Isso dá liberdade, e também traz diferenças na forma como a criptografia é aplicada: somente chats secretos são E2EE por padrão, o que cria uma escolha consciente entre conforto e confidencialidade.

Além disso, o foco do Telegram é  em canais públicos, grandes grupos e ecossistema de bots e stickers. Se você se identificou, então o Telegram é para você.

Basicamente, tem tudo que o WhatsApp tem, até os famosos “status”, mas com a adição de ser rápido, seguro e sincronizado em nuvem.

Certamente isso pode ser bem atrativo para quem sofre com problemas de armazenamento, já que os conteúdos são armazenados no servidor, e não localmente, no dispositivo móvel.

Pontos fortes:

• Recursos variados disponíveis: canais, bots, grandes grupos, armazenamento em nuvem, sincronização multiplataforma, etc;
• Respeito a privacidade: coleta mínima de dados (metadados reduzidos),
• Especialistas recomendam: forte reputação entre especialistas em segurança
• Sincronia na nuvem: conversas acessíveis em vários dispositivos.

Limitações:

• Sem criptografia de ponta a ponta por padrão: o modelo padrão usa criptografia de ponta a ponta somente em “Secret Chats” (Chats Secretos), conversas normais ficam criptografadas entre cliente e servidor (MTProto).

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Ginlo, uma alternativa leve e intuitiva

O Ginlo é um aplicativo de mensagens e comunicação seguro, desenvolvido na Alemanha, que oferece criptografia de ponta a ponta para proteger a privacidade dos usuários.

Se o seu foco é proteger seus dados e dispor de um aplicativo intuitivo, o Ginlo é uma das boas alternativas ao WhatsApp. Não é necessário fornecer dados pessoais para o registro, e a comunicação é livre de anúncios.

Com uma interface bem simples e amigável, ele permite o envio de mensagens, fotos, vídeos e arquivos, e também oferece recursos como mensagens autodestrutivas, agendamento de envio e canais de conteúdo.

A empresa distribuidora oferece o aplicativo Ginlo Private para usuários individuais e o Ginlo Business para equipes e empresas, ambos com foco em segurança e facilidade de uso.

Pontos fortes:

• Facilidade de Uso: O Ginlo foi desenvolvido para ser intuitivo e acessível a todos, não sendo necessário nenhum conhecimento técnico para começar a utilizá-lo.
• Privacidade e Sem Anúncios: O aplicativo é projetado para proteger a privacidade do utilizador, eliminando a coleta e venda de dados, rastreamento, spam ou publicidade.
• Foco na Segurança: A plataforma é desenvolvida com um foco rigoroso na proteção de dados sensíveis, sendo uma opção segura para comunicação, seja profissional e pessoal.  
• Sem ads: Livre de anúncios;
• Sem necessidade de pré-cadastro: Não é necessário fornecer dados pessoais para registro.

Limitações:

• Simples demais: A simplicidade e falta de recursos avançados, a exemplo de: canais públicos, bots ou sincronização na nuvem podem ser limitantes.
• Produzido e Hospedado na Alemanha: Sendo de origem Alemã, a empresa foca em otimizar a experiência de usuário com usuários locais, o que pode atrapalhar a experiência de uso de um usuário internacional.

Threema: anonimato e coleta mínima (app pago)

No caminho do meio entre privacidade e conveniência aparecem soluções pagas como o Threema: um aplicativo suiço que cobra pela aquisição e, em troca, oferece anonimato e coleta mínima.

É possível usar uma ID sem vincular número de telefone se preferir.

Desse modo, a lógica é simples: pagar para evitar modelos de monetização por dados.

Para quem quer proteger seus dados obtendo privacidade total e está disposto a convencer o círculo de amigos a pagar ou instalar uma alternativa, faz total sentido usá-lo.

Pontos fortes:

• Privacidade garantida: anonimato (ID em vez de número), E2EE por padrão,
• Coleta de dados: coleta mínima de metadados;
• Compra única: modelo de negócio baseado em compra única (sem ads).
• Proteção de dados: Ótimo para quem quer privacidade sem depender de “Use de Graça e Dê seus Dados”

Limitações:

• aplicação paga: há custo de aquisição;
• menor adoção global comparado a Telegram/Signal/WhatsApp: exige convencer seus contatos a comprar e instalar)

Viber: chamadas e funcionalidades tradicionais

Por fim, há apps com DNA forte em chamadas VoIP e alcance tradicional, como o Viber, que é bem útil para quem precisa de chamadas de boa qualidade ou pagar por chamadas a números fixos via serviços integrados.

Se o foco é ligações, sem dúvidas esta é uma das melhores alternativas ao Whatsapp.

Pontos fortes:

• Chamadas Internacionais: integração para chamadas internacionais pagas;
• Segurança: criptografia ponta a ponta em chats pessoais e grupos (segundo suas comunicações oficiais);
• Recursos: muitos recursos multimídia;

Limitações:

• Propriedade corporativa e incidentes regionais: Viber foi bloqueado em alguns países por autoridades, o que ilustra riscos geopolíticos/regionais ao depender de um serviço único.
• Chamadas e alcance de linha fixa/móvel: Mais indicado para chamadas internacionais pagas.

Bônus: Slack, Acelere a comunicação da sua empresa

O Slack nasceu com outro propósito em mente: comunicação no ambiente de trabalho. Diferente de apps como WhatsApp ou Telegram, que são centrados em contatos pessoais e grupos informais, o Slack foi desenhado para equipes, projetos e empresas.

Isso influencia desde a estrutura de conversas até os modelos de negócio.

O Slack centraliza a comunicação, os dados e as ferramentas de uma equipe, permitindo que os membros trabalhem juntos de forma mais eficiente.

A lógica do Slack é baseada em canais temáticos, que funcionam como salas de discussão onde cada projeto, equipe ou assunto tem seu espaço próprio.

Isso organiza a comunicação e evita a desordem típica de grupos de mensageiros comuns.

Além disso, a integração é um ponto forte: o Slack se conecta a centenas de ferramentas usadas em ambientes de trabalho, como Google Drive, Trello, GitHub, Jira e até bots customizados para fluxos de tarefas.

Para muitas empresas, essa é a grande vantagem: reduzir e centralizar o excesso de e-mails e reuniões em um único hub de comunicação.

Vantagens

• Organização em canais: facilita separar conversas por projetos, equipes ou temas, evitando a confusão típica dos grupos de WhatsApp.
• Integração com ferramentas de trabalho: conecta com Google Drive, Trello, GitHub, Jira, Zoom e dezenas de outros apps, centralizando fluxos de trabalho.
• Busca avançada: permite encontrar mensagens e arquivos antigos com mais precisão, recurso muito útil em contextos profissionais.
• Segurança corporativa: oferece criptografia em trânsito e em repouso, autenticação em duas etapas e controles de acesso.
• Popular no trabalho remoto: tornou-se referência global após a pandemia.

Desvantagens

• Dependência corporativa: é mais útil em equipes e empresas; para uso pessoal ou familiar, não faz muito sentido.
• Não tem criptografia ponta a ponta (E2EE): diferentemente de apps como Signal, o Slack prioriza retenção de dados e auditoria, o que pode ser uma limitação para quem busca sigilo absoluto.
• Versão gratuita limitada: o histórico de mensagens é restrito (até 90 dias) e há pouco espaço de armazenamento.
• Modelo pago: para desbloquear todo o potencial, é preciso assinar planos que podem ser caros para pequenas empresas.

Por fim, a lição que fica é que sua troca de “Aplicativo Mensageiro” não deve ser apenas por impulso, e sim por estratégia.

Afinal, um aplicativo de mensagens só é útil se seus contatos também o usarem.

O ideal é combinar aplicativos ou funções de 2 ou mais aplicativos, como por exemplo: usar o Signal para ter conversas privadas com seus contatos e Telegram para acessar mídias e conteúdos em canais e comunidades.

Privacidade, controle ou facilidade: qual deles você não abre mão? Conta para gente sua escolha