Olá, caros amantes da sétima arte! A pipoca hoje tem um gosto amargo, pois vamos falar de “Missão Resgate: Vingança”, a mais nova empreitada de Liam Neeson no gênero que ele praticamente criou: o de “tiozão furioso em busca de justiça”. E olha, se no primeiro filme a coisa já não estava boa, a sequência conseguiu a proeza de derrapar ainda mais feio na neve.
A premissa até tenta criar um elo emocional. Vemos nosso herói, o caminhoneiro Mike McCann (Liam Neeson), viajando ao Nepal com a nobre missão de espalhar as cinzas de seu falecido irmão em pleno Monte Everest. Um momento que deveria ser de luto e contemplação, certo? Errado! Em questão de minutos, ele se vê no meio de um sequestro orquestrado por mercenários genéricos. A partir daí, o que temos é o roteiro de sempre: Neeson, com sua cara de poucos amigos, precisa salvar o dia usando suas habilidades… de caminhoneiro?
A sensação é que “Missão Resgate: Vingança” foi feito às pressas, talvez no computador de um sobrinho do produtor que acabou de descobrir um programa de edição de vídeo. Os efeitos visuais são, para ser gentil, sofríveis. As cenas que se passam no majestoso Monte Everest parecem ter sido gravadas com um fundo de tela verde da pior qualidade. É quase possível ver as rebarbas do recorte nos personagens, em um nível que chega a ser constrangedor para uma produção deste calibre. Há alguns efeitos que tenho certeza que dá pra fazer igual em casa, com um editor de vídeo, falo sério!
As explosões, os tiroteios, as perseguições… tudo tem um ar artificial que nos tira completamente do filme. Em vez de tensão, sentimos uma vergonha alheia. A precariedade é tanta que algumas cenas de luta poderiam facilmente entrar para uma compilação de comédia involuntária na internet.
O filme tenta se conectar pela motivação de Mike em honrar a memória do irmão, personagem central do primeiro longa. No entanto, essa é a única e mais tênue das referências. A trama se esquece completamente de desenvolver o luto do protagonista e joga a homenagem para escanteio em prol de uma ação vazia e sem propósito. Inclusive, eu só fui lembrar que o filme é uma continuação depois que o filme acabou. Não há evolução do personagem, não há um aprofundamento de suas dores. A “vingança” do título brasileiro parece ter sido inserida apenas para dar um ar de filme de ação mais robusto, mas não se sustenta, porque não existe vingança nenhuma a ser feita.
No fim das contas, “Missão Resgate: Vingança” é um produto preguiçoso, que subestima a inteligência do público e se apoia unicamente no carisma de Liam Neeson, que já parece cansado de fazer o mesmo papel repetidas vezes. É um filme que não se decide entre ser um drama sobre luto ou um thriller de ação, falhando miseravelmente em ambas as tentativas. Se eu fosse você ficaria longe!
Ficha Técnica
- Título Original: Ice Road: Vengeance
- Título no Brasil: Missão Resgate: Vingança
- Direção: Jonathan Hensleigh
- Roteiro: Jonathan Hensleigh
- Elenco: Liam Neeson, Fan Bingbing, Bernard Curry
- Ano: 2025
- Plataforma: Amazon Prime Video
- Gênero: Ação, Suspense
Nota do Crítico: ★☆☆☆☆ (1/5)
Uma estrela apenas pelo esforço de Liam Neeson em viajar até o set de filmagem. Totalmente esquecível e um forte candidato a um dos piores do ano. Se você quer ver neve e ação, é melhor assistir a um documentário sobre o Everest e depois colocar um filme antigo do “Duro de Matar”. A experiência será muito mais gratificante.