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Nebulosa capturada pelo James Webb oferece vislumbre do destino do Sol

Confira as descobertas recentes sobre a morte futura do nosso Sol.

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Nebulosa planetária NGC 6072 capturada pelo Telescópio Spitzer. Fonte: NASA / Reprodução.
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Em exibição inédita, uma das imagens mais recentes divulgadas pelo Telescópio Espacial James Webb tem intrigado cientistas e encantado o público.

Trata-se de uma observação da nebulosa planetária NGC 6072, localizada na constelação de Escorpião, a aproximadamente 3.000 anos-luz da Terra.

Mais do que um registro visual impressionante, a imagem oferece pistas concretas sobre como será o fim do ciclo de vida do nosso Sol, em outras palavras, o fim do Sistema Solar como conhecemos.

A NGC 6072 é o resultado de uma estrela moribunda, que após queimar todo o seu combustível de hidrogênio e hélio, entrou em colapso e expeliu suas camadas externas.

O que as imagens do Webb revelam sobre uma Nebulosa Planetária?

Nebulosa planetária NGC 6072 capturada pelo Telescópio Spitzer. Fonte: NASA / Reprodução.
Nebulosa planetária NGC 6072 capturada pelo Telescópio Spitzer. Fonte: NASA / Reprodução.

Esse é exatamente o processo pelo qual o Sol deverá passar em cerca de 5 bilhões de anos, quando deixará de ser uma estrela estável para se tornar uma gigante vermelha, expandindo-se até alcançar as órbitas de Mercúrio, Vênus e, possivelmente, da Terra, antes de descartar suas camadas externas ao espaço.

As câmeras de infravermelho do James Webb — mais especificamente a NIRCam (Near Infrared Camera) e a MIRI (Mid-Infrared Instrument) — permitiram registrar a NGC 6072 com um nível de detalhe jamais alcançado por outros telescópios.

Captura em diferentes faixas de infravermelho da Nebulosa NGC 6072
Captura do James Webb em diferentes faixas de infravermelho. Captura no infravermelho próximo (À esquerda) e Captura no infravermelho médio (À direita). Os diferentes comprimentos de onda identificam os tipos de gás: O vermelho e o azul marcam o hidrogênio molecular (mais frio), já o centro mostra gás ionizado (mais quente)

Os dados coletados revelaram estruturas de gás molecular e poeira em diferentes temperaturas e composições, visíveis em tons de vermelho, laranja, verde e azul, dependendo do comprimento de onda analisado.

Essas estruturas não seguem um padrão simétrico, contrariando o esperado, caso a estrela ejetasse seu material de forma uniforme.

Pelo contrário: a imagem mostra formações em múltiplas direções, com formas “multi-polares”, o que sugere a presença de uma estrela companheira próxima, interferindo na ejeção dos gases.

Portanto, essa interação gravitacional poderia explicar os padrões caóticos e belos observados, algo que vem sendo apontado por diversos estudos sobre nebulosas com formatos assimétricos.

Por que observar essa nebulosa importa para o futuro do Sol?

Além de responder questões sobre o futuro do nosso próprio sistema estelar, a observação da NGC 6072 também contribui para o entendimento da dinâmica cósmica como um todo.

As nebulosas planetárias, embora durem apenas dezenas de milhares de anos (um piscar de olhos em termos astronômicos), são responsáveis por dispersar elementos químicos como carbono, oxigênio e nitrogênio no meio interestelar.

Dessa forma, esses materiais enriquecidos ao longo da vida da estrela, tornam-se parte da matéria-prima para a formação de novas estrelas, planetas e, potencialmente, vida.

A observação feita pelo Webb confirma a utilidade do telescópio não apenas para enxergar o passado do universo, mas também para antecipar o futuro das estrelas, inclusive a nossa.

Perspectiva cósmica e legado químico

Conforme afirmou a NASA em publicação oficial, o telescópio oferece uma nova janela para entender as etapas finais da evolução estelar, com uma precisão que antes era inalcançável.

Se hoje é possível admirar a NGC 6072 como um espetáculo distante e misterioso, é porque há perante a nós um reflexo do que pode ser o último capítulo da história solar; afinal, um espetáculo que embora só vá ocorrer daqui a bilhões de anos, pode ser estudado com clareza graças à ciência e à tecnologia de ponta.

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Escrito por
Samio Pereira

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