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Pesquisadores desenvolvem primeiro chip baseado em micro-ondas

Pesquisadores construíram um microchip de silício capaz de processar dados ultrarrápidos e sinais sem fio simultaneamente

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Foto genérica cerébro "micro-ondas" em formato de barramento e linhas digitais em circuito eletrônico
Pesquisadores desenvolveram chip revolucionário, que executa tarefas de alta velocidade com consumo mínimo de energia. Fonte: Shutterstock.
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Imagine um chip “micro-ondas” que pensa e se comunica pelo ar, quase com a fluidez do cérebro humano.

É isso o que acaba de surgir nos laboratórios da Cornell University: um “cérebro de micro-ondas”, tecnologia inédita que mistura processamento analógico e rádio sobre um único chip de silício.

Como funciona o “Chip Micro-ondas”?

Em vez de seguir a lógica sequencial dos processadores digitais, este chip utiliza guias de onda ajustáveis, muito semelhantes a “neurônios físicos”.

Consumindo apenas 200 mW — um valor irrisório, quase nada, comparado aos chips digitais — esse chip opera com sinais em tempo real, usando caminhos físicos por onde as ondas se propagam e interagem, tal como os “neurônios físicos”.

Nesses trajetos, micro-ondas dançam em amplitude, fase e frequência, permitindo que o chip reconheça padrões instantaneamente.

Cada guia de onda realiza extração e transformação de características no próprio domínio analógico, antes mesmo da conversão para o formato digital.

Dessa forma, não há necessidade de depender de memória ou de cálculos repetitivos que tornam os processadores convencionais tão pesados.

Essa capacidade só é possibilitada pelo design do chip como uma rede neural, um sistema computacional modelado no cérebro, que utiliza modos interconectados produzidos em guias de ondas ajustáveis.

Assim, isso permite que ele reconheça padrões e aprenda com os dados.

Mas, diferentemente das redes neurais tradicionais, que dependem de operações digitais, esta rede utiliza comportamento analógico e não linear no regime de micro-ondas, permitindo-lhe processar fluxos de dados na casa das dezenas de gigahertz.

Desempenho

O resultado é simplesmente surpreendente: Nos testes, o protótipo do chip alcançou precisão de até 88% na classificação de sinais sem fio, desempenho comparável aos sistemas digitais, porém com muito menor consumo energético e menos componentes envolvidos

Sem dúvidas um feito de alto nível para uma arquitetura tão enxuta. A beleza realmente está na simplicidade: um circuito analógico que, em vez de complicar, simplifica.

Imagine isso sendo usado em seu relógio inteligente? processando tarefas de IA localmente, sem precisar de conexão com a nuvem. Inclusive, a integração em dispositivos de uso pessoal é um dos objetivos futuros dos pesquisadores.

Seja Radar compacto, detecção de anomalias em tempo real, decodificação de sinais… as possibilidades se multiplicam.

Alyssa Apsel, professora de engenharia e coautora sênior com Peter McMahon, professor associado de física aplicada e de engenharia, afirmou:

“Também achamos que, se reduzirmos mais o consumo de energia, poderemos implantá-lo em aplicações como computação de ponta”, disse Apsel. “Você poderia implantá-lo em um smartwatch ou celular e criar modelos nativos no seu dispositivo inteligente em vez de ter que depender de um servidor em nuvem para tudo.”

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Futuro do Chip “Micro-ondas”

Embora o chip ainda seja experimental, os pesquisadores estão otimistas quanto à sua escalabilidade.

O mais empolgante é que essa tecnologia, ainda em protótipo, já está recebendo apoio de grandes agências como a DARPA e a National Science Foundation, sinalizando que estamos diante de um caminho real para transformar essa inovação em algo escalável.

Se a ideia de um chip que também funcione como antena se tornar realidade, poderemos estar na vanguarda de uma nova geração de dispositivos compactos, ultrarrápidos e energeticamente eficientes

De certa forma, seria quase como se todo o “poder de processamento” fosse invisível, invisível e… fascinante.

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Escrito por
Samio Pereira

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