Na manhã desta segunda-feira (13), servidores públicos de Iguatu, em greve, ocuparam o prédio da Prefeitura Municipal em busca de respostas sobre os atrasos salariais. A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Iguatu (SPUMI) com o apoio de outras categorias.
Os manifestantes adentraram as secretarias exigindo esclarecimentos da administração. O Secretário de Gestão, Planejamento e Finanças, Laelton Alencar, se reuniu com os grevistas e detalhou a situação encontrada pela nova gestão.
De acordo com Laelton, a atual administração teve acesso aos extratos bancários oficiais e às contas da prefeitura apenas na última sexta-feira, diretamente pelo Banco do Brasil. Até então, a equipe de transição havia recebido apenas documentos extraoficiais da gestão anterior, dificultando uma análise precisa da situação fiscal.
O secretário explicou que os recursos disponíveis nas contas da prefeitura são insuficientes para pagar os salários atrasados. Ele enfatizou que a prioridade da administração é honrar os compromissos com os servidores. “Enquanto a situação não for resolvida, a prefeitura não fará nenhum pagamento a fornecedores. Nossa prioridade é garantir os vencimentos dos servidores públicos”, afirmou.
Além disso, a administração municipal está recorrendo ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para desbloquear os recursos bloqueados judicialmente e buscar alternativas para evitar novos bloqueios.
Ainda nesta segunda-feira, ao meio-dia, o prefeito Roberto Filho realizará uma coletiva de imprensa no auditório do Hospital Regional de Iguatu para apresentar os extratos fornecidos pelo Banco do Brasil e esclarecer as medidas em andamento para solucionar a crise financeira.
O que está acontecendo
A Prefeitura de Iguatu enfrenta sérias dificuldades financeiras devido ao bloqueio judicial de suas contas para pagamento de precatórios, uma dívida acumulada de R$ 31 milhões. Os precatórios são débitos judiciais devidos pelo município, resultantes de decisões transitadas em julgado, como indenizações e outras obrigações.
O bloqueio, determinado pela Justiça, restringiu a movimentação das contas municipais, impossibilitando o pagamento de salários de servidores, incluindo o 13º, e outros compromissos financeiros. Tentativas da gestão de negociar o parcelamento da dívida junto ao Tribunal de Justiça do Ceará foram negadas. Em resposta, a administração municipal recorreu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), solicitando o desbloqueio dos recursos e buscando alternativas para evitar novos bloqueios.
